There is a bit of insanity in dancing that does everybody a great deal of good. ~Edwin Denby

terça-feira, 6 de setembro de 2011
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
domingo, 4 de setembro de 2011
A closed Door...
When one door of happiness closes, another opens; but often we look so long at the closed door that we do not see the one which has been opened for us. ~Helen Keller
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Dearest Cupid!
Dearest Cupid, do you think that next time it would be awfully nice of you to shoot the other guy too?? In any case I'm sure there are lots of us who would really appreciate it, so please, pretty please could you kindly consider it?? Much love, MM's
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
O Poço das Sombras - Juliet Marillier
Em missão secreta na Irlanda por ordem do Rei Bridei de Fortriu, Faolan tem também de dar a notícia da morte de um bravo guerreiro. Porém, o principal assassino e espião de Bridei tem de enfrentar os demónios do passado sombrio da sua família com resultados inesperados. Quando segue o rasto de um poderoso clérigo cristão que pode ser uma ameaça para a estabilidade do reino pagão de Bridei, Faolan torna-se responsável por uma criança, um cão e Eile, uma jovem perturbada e desconfiada. Para Eile, a viagem a Fortriu é uma confrontação. Acostumada a uma vida de privações e labuta, a jovem vê-se perante um mundo estranho, cheio de lições novas, onde o principal desafio é aprender a confiar nas pessoas. Na corte de Bridei, em Monte Branco, notícias perturbadoras vindas do reino vizinho de Circinn, levam o Rei a convocar a conselho os seus chefes-de-guerra. Após o desaparecimento do principal conselheiro de Bridei e a morte trágica de uma jovem criada, a ameaça provocada pela influência cada vez Maior da Cristandade parece ser o menor dos perigos...Faolan provou que é humano, cheio de emoções e do seu sentido de lealdade.
Eile, é uma jovem violentada que acredita que apenas pode contar em si própria, mas que ao longo da sua viagem aprende a confiar em Faolan.
Eile, é uma jovem violentada que acredita que apenas pode contar em si própria, mas que ao longo da sua viagem aprende a confiar em Faolan.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Lenda de Escorpião e Orion
Na mitologia grega, todas as lendas contém invariavelmente uma referência a Orion. Este era um grande caçador e gabou-se à deusa Ártemis e à sua mãe Leto que iria conseguir matar todos os animais à face da Terra. Apesar de Ártemis ser também conhecida com uma grande caçadora, ofereceu protecção aos animais. Ela e sua mãe enviaram então um escorpião para fazer frente a Orion. A batalha entre os dois foi de tal forma visível que Zeus enviou o escorpião para o céu e, a pedido de Ártemis, enviou também Orion, mas para um ponto diametralmente oposto, para que os dois nunca se encontrassem e para que todos os mortais se lembrassem sempre dos malefícios do excesso de orgulho.
Uma outra lenda conta que o escorpião foi enviado por Apolo, irmão gémeo de Ártemis, para matar Orion por ciúmes da relação deste com sua irmã. Após a morte de Orion, Ártemis pediu a Zeus que o enviasse para o céu. Assim, durante o Inverno, Orion caça no céu mas quando chega o Verão chega também o Escorpião, pelo que Orion se esconde.
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Constelação de Orion |
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Constelação de Escorpião |
Lenda da Ursa Maior
Segundo a mitologia grega, Zeus apaixonou-se por Calisto, a bela ninfa dos bosques e companheira de Ártemis. Zeus ficou de tal modo fascinado pela sua beleza que, para se aproximar dela, tomou as feições de Ártemis. Calisto acolheu Zeus sem desconfiança mas, quando reconheceu o seu erro já era tarde demais, e concebeu dele um filho que se chamou Arcas. Hera, esposa de Zeus, ficou furiosa e castigou Calisto transformando-a numa ursa. Um dia, a irreconhecível Calisto e Arcas encontraram-se. Calisto abriu os braços para acolher o filho mas este, julgando-se atacado pela gigantesca ursa, preparou-se para a matar. À última da hora, Zeus evitou a tragédia e transformou Arcas num pequeno urso, arrastando ambos para os céus. Hera, contudo, empurrou os dois para perto do Pólo Norte onde as estrelas são sempre visíveis — assim nunca teriam descanso. Arcturo, a brilhante estrela do Boieiro, ficou de guarda às ursas para que não se afastassem do gélido pólo.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
O que estou a ler!
Depois de O Espelho Negro, vou começar a ler o segundo livro das crónicas de Bridei: A Espada de Fortriu
O reino de Fortriu gozou de cinco anos de paz desde que Bridei chegou ao trono. Agora, o rei prepara-se para uma guerra há muito esperada que, segundo pensa, banirá para sempre do Ocidente os invasores Galeses. A princesa Ana, refém de Fortriu desde a sua infância, é enviada para Norte, para se casar, estrategicamente, com um líder que nunca viu, e com isso ganhar um aliado no qual se baseia a vitória de Bridei. A sua escolta é conduzida por um homem que ela despreza: o enigmático Faolan, assassino e espião de Bridei. A expedição é infortunada e, quando Ana chega junto do líder a quem fora prometida, numa fortaleza perdida nos Bosques de Briar, ela não se sente à vontade.
Trata-se de um lugar cheio de segredos.
Quando Ana descobre um prisioneiro mantido na mais austera reclusão, é confrontada com uma conspiração de silêncios. Entretanto, Faolan percorre um delicado caminho entre a lealdade e a traição.
As forças de Bridei marcham para o campo de batalha. Mas aos que ficam para trás é revelado que o seu rei marcha em direcção à derrota e, mais do que isso, o espera a morte certa. Só um mensageiro é capaz de o alcançar a tempo, mas chamá-lo porá em perigo o que é mais querido para Ana.
O reino de Fortriu gozou de cinco anos de paz desde que Bridei chegou ao trono. Agora, o rei prepara-se para uma guerra há muito esperada que, segundo pensa, banirá para sempre do Ocidente os invasores Galeses. A princesa Ana, refém de Fortriu desde a sua infância, é enviada para Norte, para se casar, estrategicamente, com um líder que nunca viu, e com isso ganhar um aliado no qual se baseia a vitória de Bridei. A sua escolta é conduzida por um homem que ela despreza: o enigmático Faolan, assassino e espião de Bridei. A expedição é infortunada e, quando Ana chega junto do líder a quem fora prometida, numa fortaleza perdida nos Bosques de Briar, ela não se sente à vontade.
Trata-se de um lugar cheio de segredos.
Quando Ana descobre um prisioneiro mantido na mais austera reclusão, é confrontada com uma conspiração de silêncios. Entretanto, Faolan percorre um delicado caminho entre a lealdade e a traição.
As forças de Bridei marcham para o campo de batalha. Mas aos que ficam para trás é revelado que o seu rei marcha em direcção à derrota e, mais do que isso, o espera a morte certa. Só um mensageiro é capaz de o alcançar a tempo, mas chamá-lo porá em perigo o que é mais querido para Ana.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
O Espelho Negro de Juliet Marillier
O que estou a ler!
O Espelho Negro é o primeiro livro da saga As Crónicas de Bridei, que é narrado no reino dos Pictos (Escócia), em meados do séc. VI, descrevendo o percurso desde a infância até à maturidade do jovem Bridei, criado pelo poderoso druida Broichan que tem como missão ensiná-lo e prepará-lo nas artes da guerra e da erudição. Bridei, será testado tanto no mundo dos homens como no mundo mágico dos Good Folir, em uma guerra desleal onde a confiança e a traição são separadas por estreitos caminhos por onde ele passará.
Bridei cedo aprende a conviver com o medo e a solidão. Mas quando acorda no meio de uma noite de inverno gelada e encontra uma criancinha na soleira, recolhe-a e agradece aos deuses essa dádiva de uma companhia, o que definitivamente vai determinar o seu futuro. Atrapalhando os planos de seu pai adotivo o druida Broichan e seus conselheiros, pois aquela criança nada mais é que uma filha dos Good Folir (Boa Gente) que vive não somente no mundo dos homens e que faz as suas próprias regras, conforme seus interesses e necessidades. Mas nem Bridei e a menina Tuala estão dispostos a escutar a voz da razão e um forte sentimento de protecção e amizade logo se enlaça, formando-se mais tarde não mais aquele sentimento que se tem entre irmãos, mas num amor que um homem e uma mulher sente...
Juliet Marillier nos apresenta um poderoso romance sobre dever, destino e desejo. Com suas soberbas descrições o leitor viaja em um mundo simples e ao mesmo tempo complexo, onde as florestas e seus grandes lagos muitas vezes escondem a sua própria força e magia.
Os personagens com suas características expressivas tão peculiares, são sem dúvida nenhuma o grande destaque deste livro. Juliet descreve-nos em várias formas o amor, a amizade, a lealdade, a tolerância e a compreensão, comprometidos por uma força maior, totalmente transcendentes. Há certas coisas na nossa vida, que muitas vezes não se têm como expressar somente em palavras, exactamente por serem sentimentos tão puros e imaculados, mas Juliet Marillier com toda sua mestria conseguiu exactamente retratá-los!
Bridei cedo aprende a conviver com o medo e a solidão. Mas quando acorda no meio de uma noite de inverno gelada e encontra uma criancinha na soleira, recolhe-a e agradece aos deuses essa dádiva de uma companhia, o que definitivamente vai determinar o seu futuro. Atrapalhando os planos de seu pai adotivo o druida Broichan e seus conselheiros, pois aquela criança nada mais é que uma filha dos Good Folir (Boa Gente) que vive não somente no mundo dos homens e que faz as suas próprias regras, conforme seus interesses e necessidades. Mas nem Bridei e a menina Tuala estão dispostos a escutar a voz da razão e um forte sentimento de protecção e amizade logo se enlaça, formando-se mais tarde não mais aquele sentimento que se tem entre irmãos, mas num amor que um homem e uma mulher sente...
Juliet Marillier nos apresenta um poderoso romance sobre dever, destino e desejo. Com suas soberbas descrições o leitor viaja em um mundo simples e ao mesmo tempo complexo, onde as florestas e seus grandes lagos muitas vezes escondem a sua própria força e magia.
Os personagens com suas características expressivas tão peculiares, são sem dúvida nenhuma o grande destaque deste livro. Juliet descreve-nos em várias formas o amor, a amizade, a lealdade, a tolerância e a compreensão, comprometidos por uma força maior, totalmente transcendentes. Há certas coisas na nossa vida, que muitas vezes não se têm como expressar somente em palavras, exactamente por serem sentimentos tão puros e imaculados, mas Juliet Marillier com toda sua mestria conseguiu exactamente retratá-los!
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Charlie Chaplin
Pensamos demasiadamente
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá.
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá.
Charlie Chaplin
quarta-feira, 30 de março de 2011
Audrey Hepburn
I believe in pink. I believe that laughing is the best calorie burner. I believe in kissing, kissing a lot. I believe in being strong when everything seems to be going wrong. I believe that happy girls are the prettiest girls. I believe that tomorrow is another day and I believe in miracles.

It's that wonderful old-fashioned idea that others come first and you come second. This was the whole ethic by which I was brought up. Others matter more than you do, so 'don't fuss, dear; get on with it.'
Audrey Hepburn
Audrey Hepburn
Let's face it, a nice creamy chocolate cake does a lot for a lot of people; it does for me.
Audrey Hepburn
Nothing is impossible, the word itself says 'I'm possible'!
Audrey Hepburn
The beauty of a woman is not in a facial mode but the true beauty in a woman is reflected in her soul. It is the caring that she lovingly gives the passion that she shows. The beauty of a woman grows with the passing years.
Audrey Hepburn
You can tell more about a person by what he says about others than you can by what others say about him.
Audrey Hepburn
Nothing is impossible, the word itself says 'I'm possible'!
Audrey Hepburn
The beauty of a woman is not in a facial mode but the true beauty in a woman is reflected in her soul. It is the caring that she lovingly gives the passion that she shows. The beauty of a woman grows with the passing years.
Audrey Hepburn
You can tell more about a person by what he says about others than you can by what others say about him.
Audrey Hepburn
sexta-feira, 11 de março de 2011
30. | ||||||
Já a luz se apagou do chão do mundo, deixei de ser mortal a noite inteira; ofensa grave a minha, que tentei misturar-me aos duendes na floresta. De máscara perfeita, e corpo ausente, a todos enganei, e ninguém nunca saberia que ainda permaneço deste lado do tempo onde sou gente. Não fora o gesto humano de querer-te como quem, tendo sede, vê na água o reflexo da mão que a oferece, seria folha de árvore ou sério gnomo absorto no silêncio de uma rima onde a morte cessasse para sempre. António Franco Alexandre Duende |
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
O Louco
"Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós."
in "O Louco" de Khalil Gibran
Foto de António Rodrigues
www.olhares.com
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
before you sleep
www.olhares.com
I hate that thing that happens right before you sleep.
Every mistake you've ever made, every word you wish you never said, every moment that made you cry rushes through your head
And all you can do about it is cringe and pretend it all never happened.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
As Palavras!
"São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?"
Eugénio de Andrade
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Há palavras que nos beijam
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neil
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Carta de uma Marionete
“Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso mas pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.Dormiria pouco, sonharia mais, porque entendo que por cada minuto que fechamos os olhos perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem. Ouviria quando os outros falam e como desfrutaria um bom gelado de chocolate!Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto não apenas o meu corpo, mas também a minha alma.Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperava que nascesse o sol. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas de um poema de Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que eu ofereceria à Lua!Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas...Meu Deus, se eu tivesse um pouco de vida...não deixaria passar um só instante sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas. Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo amor.Aos homens provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar! A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas teria de aprender a voar sozinha. Aos velhos ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.Tantas foram as coisas que aprendi com vocês, os homens! Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está em subir a encosta...Aprendi que, quando um recém-nascido aperta, com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo de seu pai, o tem agarrado para sempre.Aprendi que um homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se...São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me irão servir realmente de muito, porque, quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer...”
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
O Riso!
"Existe uma história sobre os Deuses Gregos. Como estavam entediados, decidiram inventar os seres humanos, mas continuaram entediados, e então inventaram o amor. Deixaram de estar aborrecidos, então decidiram tentar o amor entre eles. E finalmente inventaram o riso, para que pudessem suporta-lo."
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Não me farto deste poema...
22.
é mais fácil de longe imaginar
o que seria ter-te aqui presente
do que seria ter-te e não saber
com que forma de corpo receber-te.
Talvez um amplo véu oriental
ou o brilho mental de uma armadura
me deixassem arder sem ser molesto
no lume horizontal de uma figura.
Se te vejo, já está o meu desejo,
enquanto estavas longe, satisfeito;
no teu olhar encontro tudo quanto
à altura do amor é mais perfeito.
E no entanto, perto, fico incertos
e não é melhor bem o que imagino.
António Franco Alexandre, Duende
Fotografia - Autor: R de Rien em www.olhares.com
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Miguel Esteves Cardozo: Elogio ao amor
Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
Miguel Esteves Cardozo: Primeiro amor
Nunca se percebe bem por que razão começa. Mas começa. E acaba sempre mal só porque acaba. Todos os dias parece estar mesmo a começar porque as coisas vão bem, e o coração anda alto. E todos os dias parece que vai acabar porque as coisas vão mal e o coração anda em baixo.
O primeiro amor dá demasiadas alegrias, mais do que a alma foi concebida para suportar. É por isso que a alegria dói – porque parece que vai acabar de repente. E o primeiro amor dói sempre demais, sempre muito mais do que aguenta e encaixa o peito humano, porque a todo o momento se sente que acabou de acabar de repente. O primeiro amor não deixa de parte um único bocadinho de nós. Nenhuma inteligência ou atenção se consegue guardar para observá-lo. Fica tudo ocupado. O primeiro amor ocupa tudo. É inobservável. É difícil sequer reflectir sobre ele. O primeiro amor leva tudo e não deixa nada.
Diz-se que não há amor como o primeiro e é verdade. Há amores maiores, amores melhores, amores mais bem pensados e apaixonadamente vividos. Há amores mais duradouros. Quase todos. Mas não há amor como o primeiro. É o único que estraga o coração e que o deixa estragado.
É como uma criança que põe os dedos dentro de uma tomada eléctrica. É esse o choque, a surpresa «Meu Deus! Como pode ser!» do primeiro amor. Os outros amores poderão ser mais úteis, até mais bonitos, mas são como ligar electrodomésticos à corrente. Este amor mói-nos o juízo como a Moulinex mói café. Aquele amor deixa-nos cozidos por dentro e com suores frios por fora, tal e qual num micro-ondas. Mas o «Zing!» inicial, o tremor perigoso que se nos enfia por baixo das unhas e dá quatro mil voltas ao corpo, naquele micro-segundo de electricidade que nos calhou, só acontece no primeiro amor.
O primeiro beijo é sempre uma confusão. Está tudo a andar à volta e não se consegue parar. A outra pessoa assalta-nos e deixa-nos tontos, isto apesar de ser tão tímida e inepta como nós. E os nomes dos nossos primeiros amores? Os nomes doem. Parecem minúsculos milagres. Cada vez que se pronunciam, rebenta um pequeno terramoto no equador. E as mãos? Quando a mão entra na mão de quem se ama e se sente aquele exagero de volts e de pele, a única resposta sensata é o assassínio, o exílio, o suicídio. Nada fica de fora. O mundo é uma conspiração cinzenta de amores em segunda mão. Nada é puro fora daquelas mãos. O tesouro está a arder, as pessoas estão a morrer, os olhos cheios de luz estão a cegar, mas o primeiro amor é também, e sem dúvida, o primeiro amor do mundo.
O primeiro amor é aquele que não se limita a esgotar a disposição sentimental para os amores seguintes: quer esgotá-la. Depois dele, ou depois dela, os olhos e os braços e os lábios deixam de ter qualquer utilidade ou interesse. As outras pessoas – por muito bonitas e fascinantes que sejam – metem-nos nojo. Só no primeiro amor.
Não há amor como o primeiro. Mais tarde, quando se deixa de crescer, há o equivalente adulto ao primeiro amor – é o primeiro casamento; mas não é igual. O primeiro amor é uma chapada, um sacudir das raízes adormecidas dos cabelos, uma voragem que nos come as entranhas e não nos explica. Electrifica-nos a capacidade de poder amar. Ardem-nos as órbitas dos olhos, do impensável calor de poder-mos ser amados. Atiramo-nos ao nosso primeiro amor sem pensar onde vamos cair ou de onde saltamos. Saltamos e caímos. Enchemos o peito de ar, seguramos as narinas com os dedos a fazer de mola de roupa, juramos fazer três ou quatro mortais de costas, e estatelamo-nos na água ou no chão, como patos disparados de um obus, com penas a esvoaçar por toda a parte.
Há amores melhores, mas são amores cansados, amores que já levaram na cabeça, amores que sabem dizer «Alto-e-pára-o-baile», amores que já dão o desconto, amores que já têm medo de se magoarem, amores democráticos, que se discutem e debatem. E todos os amores dão maior prazer que o primeiro. O primeiro amor está para além das categorias normais da dor e do prazer. Não faz sentido sequer. Não tem nada a ver com a vida. Pertence a um mundo que só tem duas cores – o preto-preto feito de todos os tons pretos do planeta e o branco-branco feito de todas as cores do arco-íris, todas a correr umas para as outras.
Podem ficar com a ternura dos 40 e com a loucura dos 30 e com a frescura dos 20 – não outro amor como o doentio, fechado-no-quarto, o amor do armário, com uma nesga de porta que dá para o Paraíso, o amor delirante de ter sempre a boca cheia de coração e não conseguir dizer outra coisa com coisa, nem falar, nem pedir para sair, nem sequer confessar: «Adeus Mariana – desta vez é que me vou mesmo suicidar.» Podem ficar (e que remédio têm) com o savoir-faire e os fait-divers e o «quero com vista pró mar se ainda houver». Não há paz de alma, nem soalheira pachorra de cafunés com champagne, que valha a guerra do primeiro amor, a única em que toda a gente morre e ninguém fica para contar como foi.
Não há regras para gerir o primeiro amor. Se fosse possível ser gerido, ser previsto, ser agendado, ser cuidado, não seria primeiro. A única regra é: Não pensar, não resistir, não duvidar. Como acontece em todas as tragédias, o primeiro amor sofre-se principalmente por não continuar. Anos mais tarde, ainda se sonha retomá-lo, reconquistá-lo, acrescentar um último capítulo mais feliz ou mais arrumado. Mas não pode ser. O primeiro amor é o único milagre da nossa vida – e não há milagres em segunda mão. É tão separado do resto como se fosse uma primeira vida. Depois do primeiro amor, morre-se. Quando se renasce há uma ressaca. É um misto de «Livra! Ainda bem que já acabou!» e de «Mas o que é isto? Para onde é que foi?».
Os outros amores são maiores, são mais verdadeiros, respeitam mais as personalidades, são mais construtivos – são tudo aquilo que se quiser. Mas formam um conjunto entre eles. O segundo e o terceiro e o quarto, por muito diferentes, são mais parecidos. São amores que se conhecem uns aos outros, bebem copos juntos, telefonam-se, combinam ir à Baixa comprar cortinados. O primeiro amor não forma conjunto nenhum. Nem sequer entre os dois amantes – os primeiros, primeiríssimos amantes. Acabam tão separados os dois como o primeiro amor acaba separado dos demais. O amor foi a única coisa que os prendeu e o amor, como toda a gente sabe, não chega para quase nada. É preciso respeito e bláblá, compreensão mútua e muito bláblá, e até uma certa amizade bláblá. Para se fazer uma vida a dois que seja recompensadora e sobretudo bláblá, o amor não chega. Não se vive só dele. Não se come. Não se deixa mobilar. Bláblá e enfim.
Mas é por ser insustentável e irrepetível que o primeiro amor não se esquece. Parece impossível porque foi. Não deu nada do que se quis. Não levou a parte nenhuma. O primeiro amor deveria ser o primeiro e esquecer-se, mas toda a gente sabe, durante o primeiro amor ou depois, que é sempre o último.
Afinal nem é por ser primeiro, nem é por ser amor. A força do primeiro amor vem de queimar – do incêndio incontrolável – todas aquelas ilusões e esperanças, saudades pequenas e sentimentos, que nascem em nós com uma força exagerada e excessiva. Como se queima um campo para crescer plantas nele. Se fôssemos para todos os outros amores com o coração semelhantemente alucinado e confuso, nunca mais seríamos felizes. É essa a tristeza do primeiro amor. Prepara-nos para sermos felizes, limando arestas, queimando energias, esgotando inusitadas pulsões, tornando-nos mais «inteligentes».
É por isso que o primeiro amor fica com a metade mais selvagem e inocente de nós. Seguimos caminho, para outros amores, mais suaves e civilizados, menos exigentes e mais compreensivos. Será por isso que o primeiro amor nunca é o único? Que lindo seria se fosse mesmo. Só para que não houvesse outro.
Miguel Esteves Cardoso – Os Meus Problemas (1988)
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Quando o nosso coração se parte...
Quando se deixa cair um copo ou um prato ao chão provoca-se um estrondo de estilhaços. Quando o vidro de uma janela se quebra, a perna de uma mesa se parte, ou quando um quadro cai da parede faz barulho. Mas quando o nosso coração se parte, isso acontece no mais absoluto silencio. Podem pensar que, como é uma coisa muito importante, talvez pudesse provocar o barulho mais sonoro jamais ouvido, ou então até devia fazer um ruído qualquer cerimonioso, como o gongo de um címbalo ou o toque de uma campainha. Mas é silencioso e vocês quase desejam que houvesse um barulho qualquer que vos distraísse da dor que sentem.
Se há um barulho, ele é interno.Grita e ninguém consegue ouvi-lo excepto vocês. Grita tão alto que os vossos ouvidos retinem e a cabeça vos dói. Fustiga-vos violentamente o peito como um grande tubarão branco apanhado no mar; ruge como uma mãe ursa cuja cria lhe tivesse sido tirada. É isso que parece e é assim que soa, uma grande fera que se debate em pânico por se sentir presa, bramindo como um prisioneiro que quer gritar o que sente. Mas o amor é assim; uma ferida aberta na carne exposta à água salgada do mar, mas quando se quebra mesmo, fá-lo em silêncio. Vocês só gritam para dentro e ninguém consegue ouvir-vos.
Cecilia Ahern, If you could see me now
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
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